A Imperatriz na Fundação Iberê

Artista trans, Élle de Bernardini tem poucas referências de nomes apagados nos livros, nos registros e na memória, e que continuam sendo vistos pela sociedade como “marginais”. Sua série intitulada “A Imperatriz” surge exatamente de um desejo de reparação histórica diplomática, de preencher uma lacuna na representação de pessoas transexuais no mundo da arte. Séria, com as mãos sobrepostas e elegante em um vestido Valentino vermelho, ela pede licença aos museus brasileiros para ocupar o espaço como artista, com dignidade.
A primeira foto-performance foi realizada em 2017, em Porto Alegre, no Santander Cultural, hoje Farol Santander. Depois veio MAC-Niterói (Niterói), MAM-Rio (Rio de Janeiro), Parque Lage (Rio de Janeiro), Biblioteca Nacional (Rio de Janeiro), Museu Nacional de Brasília (DF), MASP (SP) e, em março, Élle retornou a Porto Alegre para fotografar na Fundação Iberê.
“Eu me coloco na posição de imperatriz para assumir a figura de autoridade simbólica, a exemplo da Rainha da Inglaterra, uma figura performativa, sem poder de fato, mas representativa do poder simbólico. A Imperatriz é uma revolução social. Nunca, na história da humanidade, presenciamos pessoas trans ocupando essa posição, e precisamos deixar a mensagem de que nós existimos, de que nós trabalhamos e que, hoje, podemos estar na Fundação Iberê, um espaço de poder no cenário das artes reconhecido no mundo”, destaca.
🎥 Tiago Bortolini de Castro
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#Acessibilidade A Fundação Iberê conta com uma estrutura que permite o acesso de pessoas com diferentes condições e necessidades. A Instituição possui piso tátil, rampas, elevadores, banheiros adaptados, maquete da Instituição e audioguia da arquitetura para o público não vidente, que garantem o amplo acesso aos espaços.
A Fundação Iberê realiza seus projetos através de leis de incentivo à cultura.